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Em tempos de alta inflação e altas taxas de juros, como o atual, o comportamento do setor varejista é mais severamente punido.
Por estarem diretamente relacionados ao consumo brasileiro, a queda do poder de compra afeta o desempenho e as perspectivas de crescimento dessas empresas.
Mesmo assim, a partir disso dados tirados recentes podem indicar que o pior momento pode ter ficado para trás.
As vendas no varejo cresceram 1,1% em fevereiro em relação ao mês anterior, superando as expectativas do mercado, segundo o IBGE. Das oito categorias, apenas duas tiveram retração no período: farmacêutica e materiais de construção.
Além disso, o atual ciclo de alta anual de 11,75% da taxa Selic parece estar relativamente próximo do fim.
Nesse caso, vale a pena comprar ações do varejista na B3?
“Raramente vemos momentos como este, estamos perto de picos de juros e inflação, devemos normalizar, e as ações estão baratas. Essas duas coisas nem sempre são dois em um.
varejo de alta renda
Dos diversos setores do varejo no Brasil, o menos afetado pela crise é o setor de alta renda.
Para Angélica Marufuji, sócia e analista da Meraki Capital, ainda há muito espaço para empresas focadas nesse mercado e devem continuar apresentando bons resultados e retorno para os investidores.
Isso porque eles devem ser vitoriosos em uma situação pós-crise. “Eu não trocaria uma empresa que faliu [isto é, eu não venderia uma ação que subiu]”, disse ela aos selecionadores de ações.
“Continuo a preferir as empresas de maior qualidade e marcas conhecidas”, diz Angélica.
Entre os favoritos da indústria, especialistas destacaram controladores do Grupo SBF (SBFG3), Centauro, Arezzo (ARZZ3), Vivara (VIVA3) e Track&Field (TFCO4).
“As categorias A e B continuarão sendo consumidas. São marcas boas, mas também oferecem opções mais acessíveis”, destacou Sara as remarcações que essas marcas oferecem dentro do próprio grupo.
Alimentos e comércio eletrônico
Ainda assim, especialistas ressaltam que é importante que os investidores não olhem para outros setores do varejo, como alimentos e e-commerce.
“Não podemos deixar de olhar para marcas que sofreram muito, mas podem se recuperar. Neste cenário de varejo, temos que combinar os dois.”
Nessas outras áreas, no entanto, o investidor deve ser mais cauteloso e ver se sua estratégia de comprar essas ações faz sentido.
Na área de alimentação, o parceiro de Dahlia observou que ele geralmente é mais defensivo. Em outras palavras, não sofreu muito, mas não deve apresentar grandes retornos quando se recuperar.
“As pessoas nunca param de comer, mas não é um setor em crescimento, geralmente traz PIB e inflação”, disse Sara.
Quanto ao e-commerce, um dos setores mais punidos desde o segundo semestre do ano passado após um boom em 2020, o sócio da Meraki disse que ficou claro que o pior já passou.
No entanto, ele acrescentou que a indústria ainda é muito sensível e a volatilidade deve persistir. Portanto, é preciso cautela.
“É difícil saber quando a rentabilidade desse mercado vai se estabilizar. Então não acho que agora seja o momento certo para fazer as alocações relevantes novamente”